Bomba do Hemetério
Um lugar rico em linguagens artísticas tradicionais, vindas de experiências das comunidades, a Bomba do Hemetério representa o que há de mais

essencial na alma do Recife. O nome do bairro se origina em uma homenagem a um antigo morador, seu Hemetério, que deixava os moradores se abastecerem na bomba
Por todo o território se respira arte.
d’água de sua casa. Por entre suas ruas, ladeiras, córregos, becos, escadarias e vizinhanças, agremiações centenárias convivem com mestres populares, artistas, culinaristas, artesãos, sacerdotes, comerciantes e uma vida borbulhante de vai-e-véns que parece não dormir.
No Carnaval, manifestações culturais de criação popular, matrizes étnicas, reis africanos e caboclos, metais e tambores fazem da comunidade uma passarela de ritmos que vão dos mais conhecidos, como o samba, frevo, brega e forró, até os maracatus, caboclinhos, afoxés, bois, ursos e cocos.
Da contemporaneidade juvenil de passinhos e acrobacias transitam as memórias, afetos, sabores e pontos de referência.
Bancas de verdura, mercearias com produtos em sacas e a granel, picolés de ameixa em velhas sorveterias de três portas e tempero moído na hora. Nas esquinas, histórias se cruzam entre chapas de hambúrguer e as lembranças da Venda de Biu, de Baixinho, Niva ou Seu Mário. Os muros, árvores e portões lembram dos arraiais de São João, das garrafas e panelas velhas trocadas por algodão doce, do burburinho provocado na saída da portentosa e poderosa Tribo Canindé do Recife de seu Bebiano e Dona Jaracy, ou ainda do batuque ritmado do “Boi Teimozo” de Seu Nelson e Dona Marina.
Ruas de rezadeiras que tiravam todo mau-olhado, vacarias, quintais verdes e chão de terra. A Bomba era o mundo em que até o centro de Água Fria, onde se tinha um comércio mais diverso, parecia distante. A vida não tinha pressa quando se sentava na cadeira de balanço nas tardes depois do almoço para ver quem ia e quem vinha e assim criar o assunto do dia. Noites dançantes, manhãs de sol, bailes, festas, pipas ao céu e futebol descalço para tirar o samboque do dedo.
Lençóis quarando nas gramíneas, disputados pés de manga em época de safra, maracatus ao longe, fogos de artifício, manhãs de domingo alvoroçadas e sonhos. Sonhos de criança em pegar estrelas e vagalumes, em acessar o salão da gafieira ou pegar a bicicleta e ganhar o mundo. Sonhos de adultos em ter a casa, o canal limpo, as amizades, a família, a fé na vida e a paz de quem tem ali o seu mundo em que nada lhe faça falta. A Bomba dos amores, sabores, cores e rimas, a Bomba dos passos, espaços e compassos. A Bomba das lutas, desejos, resistências e sonhos.
A Bomba dos Sonhos Vivos.
Texto de Bráulio Moura
Um convite ao universo das agremiações
Boi Mimoso
Fundado em 2 de janeiro de 2002, o grupo cultural era o sonho de infância de seu fundador, Ricardo Estevão.
E carrega o objetivo de resgatar e fortalecer a cultura do boi na comunidade.
Maracatu Raízes de África
Fundado em 12 de outubro de 1995, o grupo nutre a troca de saberes ancestrais entre gerações na Bomba do Hemetério, comandado pelo mestre Walter França.
Boi Malabá
Com grande parte dos seus personagens típicos, o Boi Malabá, fundado em 1987, surgiu do amor de Renilson Siqueira. A tradição do boi é hereditária e grande parte da sua família também faz parte da agremiação.
Maracatu Raízes de Pai Adão
O Sítio de Pai Adão é um dos primeiros terreiros de Xangô em Pernambuco, considerado Patrimônio Cultural do Brasil pelo IPHAN. Seu maracatu tradicional, é carregado de características de sua relação com a religiosidade e com a ancestralidade de matriz africana.
Circuito de Andada
O Circuito de Andada foi pensado pelos moradores da Bomba Hemetério para potencializar as vivências e histórias que fervem em um dos bairros mais conhecidos da Zona Norte do Recife. Lugar de arte, luz, luta e união, a Bomba pulsa cultura e é berço de grandes artistas e agremiações. E é a partir dessa potência que o Circuito percorre ruas, becos, córregos, escadarias e cruza com os principais nomes da cultura que mantém mantém viva a memória do território. Como a cultura popular, o Circuito é democratico e acessível. É possível conhecer a Bomba em uma perspectiva local, percorrendo pontos importantes da história, são eles:
Mardônio Coelho
Ponto de partida da Andada, localizada em frente ao largo da Bomba, a escola foi palco de muitas lutas e conquistas da comunidade. Símbolo de resistência, organização e poder coletivo no bairro.
Boi Mimoso
Sonho de infância de seu fundador, mestre Ricardo Estevão, o grupo cultural carrega a energia de criança para fortalecer a cultura do boi-bumbá na comunidade.
Maracatu Raízes de Pai Adão
Parte da história do Sítio de Pai Adão, um dos primeiros terreiros de Xangô em Pernambuco, considerado Patrimônio Cultural do Brasil pelo IPHAN, o maracatu traz características de sua relação com a religiosidade e com a ancestralidade de matriz africana.
Maracatu Raízes de África
Com quase 30 anos de existência, o grupo fortalece a troca de saberes ancestrais entre gerações, sob o comando do mestre Walter França, referência do Maracatu no Brasil e no Mundo.
Boi Malabá
Com grande parte dos seus personagens típicos, o Boi Malabá, surgiu do amor de Renilson Siqueira. A tradição do boi é hereditária e grande parte da sua família também faz parte da agremiação.
Mirante
De lá é possível apreciar toda a beleza e grandeza da comunidade - rodeada por altos, córregos, laços culturais e afeto: a Bomba Estendida.
_edited_edited.png)
_edited_edited.png)
Percorrer a Bomba do Hemetério com o olhar do Circuito de Andada permite enxergar a magia da cultura e todas as potências carregadas por seus moradores, assim como eles enxergam. Te convidamos para conhecer e se encantar pelas histórias que podem te atravessar! Para conhecer o Circuito, você pode entrar em contato com os articuladores locais:
Galeria de Áudios-Presentes
Agradecimentos
Celebramos todas as mãos que tornaram possível a realização da edição do Museu na Bomba do Hemetério!
Parceiro Financiador desta edição
Instituto Elos Brasil - Fundo Semente no Edital Jovens Ideias
Apoio com rede de contatos
-
Lygia Leite
-
Gleize Barros
-
Murilo Cavalcanti
-
Nathê Ferreira
Acompanhamento no desenvolvimento do projeto
-
Aline Bento
-
Mari Felippe
Doação de materiais
-
Dona Agna, Armazém Carvalho da Bomba do Hemetério
-
Camila Gomes e Flaviana Gomes, da Secretaria de Inovação Urbana
Doação de talentos
-
Maria Magdala - mapa da Bomba
-
Julianne Ribeiro - facilitação gráfica da cartografia afetiva do território
-
Anicely Santos - estruturação do site do museu
-
Ayandson Melo - cobertura do mutirão
-
Tally Campos - edição do teaser
-
Bráulio Moura - texto de apresentação da Bomba
-
Tony Marlon - construção da galeria de áudio-memórias
Artistas visuais
-
Maria Magdala
-
Marcio Fellipe
-
Emerson Osu
Comunicação nas redes
-
Bombeirence City
-
Visit Bomba
-
Bomba do Hemetério Oficial
-
Sargento Perifa
-
Bomba Cultural
Diálogos para construção do Museu
-
Paula Ferreira
-
Walter França Filho
-
Félix Oliveira
-
José Rinaldo
-
Karla Fagundes
-
Lene Lira
-
Ana Corintha
-
Augusto Santana
-
Riva da Bomba
-
Edivaldo Barbosa
Articulação local na Bomba
-
Joalison Batista
-
Jorge Carneiro
Representantes das agremiações
-
Eduardo, Carol, Joalison - Boi Mimoso
-
Sandra e Mayko - Boi Malabá
-
Mestre Walter, Walter França Filho, Joalison - Maracatu Raízes de África
-
Itaiguara - Maracatu Raízes de Pai Adão
Voluntários mão na massa
-
Turma das agremiações Bois Malabá, Mimoso e Maracatu Raízes de África
-
Pessoas moradoras do Córrego do Bombeirense
-
Edilson e turminha do Boi da Cotia